segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ode à terra natal (2º lugar - "Volta Redonda-sua história,nossa história" 2005)

Pulsa, no Sudeste do Brasil, um coração de aço!
Feito, passo a passo, da labuta de cada cidadão
Que luta e traz no peito o desenho de sua própria história
Construída com glória e trabalho, sangue e empenho, guerra e paz...
Nesta terra, brasileiros semearam ideais e esperanças
Foram crianças e hoje, adultos, colhem deste chão o pão de seus herdeiros
Alimentam o futuro com lembranças, para que a nova geração
Cresça imponente, forjada em puro aço, firme à toda prova!
Nada para o rio, de curva talhada, esculpida pela força do raio
Nada para o progresso, que turva a sensatez corrompida, maculada.
O excesso de poder e mesquinhez cerra olhares de forma desastrosa,
Escrevendo dolorosa página no seio de muitos lares...
Mas, em meio à dor, a cidade, ainda assim, se inflama:
Clama por liberdade, não permite que a chama se enfraqueça!
Que floresça, na consciência de cada um, a certeza da vitória
Fixando na memória este retrato, para que não se repita a violência...
Hoje, mais que ontem, menos que amanhã, o povo se mobiliza
Avisa "que o novo sempre vem", que a fibra aurinegra não é vã...
Reúne, no Vale do Paraíba, a coragem de quem nunca desiste de sonhar
Ao desafio de se reinventar a cada dia, reconstruindo sua imagem:
Onde outrora havia apenas verde, depois cinza, existe agora uma aquarela
Colorida de esporte, cultura, saúde, educação - cenas em tela de realidade...
Volta Redonda, 58 anos de idade, solo de Coroados, Puris e Araris,
Traçando, com seus filhos dedicados, sua sorte.  Seu destino?  Ser feliz!

Tributo a Volta Redonda


“Ante a força do raio, o rio dobrou-se”
Formou-se, então, na curva de seu leito, uma cidade-esperança
Qual criança que, na tenra idade, ainda desconhece seu destino.
Cresceu ao redor das águas do Paraíba, menino azul, vadio, doce;
Rio do Sul Fluminense, cheio pelo pranto que rolou neste Sertão Bravio
Quando aqui se ouviu o último canto do guerreiro
Coroado, Puri ou Arari – o verdadeiro dono deste chão!
Seu lamento ecoou pelo vale inteiro
E, sobre a terra, a nação indígena chorou as suas mágoas...
Chegou outro homem, mais “civilizado”, escravo da guerra e da cobiça,
Plantou semente, rezou missa, colheu café, cuidou de gado.
Povoado de Santo Antônio – padroeiro de nossa gente, de nossa fé –
Lugar hospitaleiro, de muito verde, de muito céu, de clima ameno.
Tudo tão calmo, tão sereno...  De Barra Mansa era distrito
Sendo restrito o seu direito à liberdade e à mudança.
Igualdade, só em sonho?  Mas a reviravolta era iminente!
Num dia de abril, o Presidente tomou a decisão
E outra vez o grito retumbante do trovão se ouvia:
O coração de cada habitante pulsava agora com o calor do aço
E, passo a passo, surgia a maior usina do Brasil!
Nela se uniram mãos de tantos outros lugares
Para erguer andares de suor, ferro e concreto...
No correto ofício de misturar a massa, dando o melhor de si
Ficava gravado aqui o esforço desses cidadãos!
Não havia mais dependência, a liberdade era vitória garantida...
A glória vinha, sofrida.  54, dezessete de julho, em nossa história
É data de orgulho: Volta Redonda é uma cidade!
Cidade verde-esperança, da cor do uniforme dos soldados
Encarregados de cuidar da nossa terra e da nossa segurança;
Cidade de Walmir, William, Barroso e tantas outras vidas
Tolhidas em seu direito à expressão e à liberdade de ir e vir;
Cidade de quem luta pelo seu espaço, por um lugar ao sol
E ainda joga futebol, vestindo a camisa do Voltaço...
Cidade de quem é branco, negro ou amarelo; de martelo, de bigorna,
Que se torna, a cada dia, mais forte, porque forte é o seu povo!
Cidade onde o novo junto à tradição caminha, sem medo de ser feliz...
Volta Redonda, cidade do futuro, futuro do país!