sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cale-se!

Cale
Essa pergunta maldita que veio na ponta da boca
Essa ironia afiada que corta minha vez, minha voz
E me deixa tão rouca, tão louca!
Por favor, cale-se!
Meus ouvidos já não mais suportam
A silenciosa angústia das palavras que não saem,
O barulho do ponto de interrogação que não chega,
O grito da dúvida que não se pronuncia...
Cale seu silêncio, sua dormência, sua distância...
Fale comigo, grite comigo, ouça comigo!
Deixe-me tocar os seus sons,
               sentir as suas frases,
               tatear as suas sílabas,
               beijar as suas palavras...
O cinema mudo há muito não existe
E você insiste, persiste
Em me querer bola de cristal, carta de tarô, búzio, palma de mão...
Não!!!
Só vou entender o que você falar
Só vou descobrir o que você mostrar
Só vou ouvir o que você não silenciar
E me render, só quando você quiser me amar...

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