domingo, 24 de outubro de 2010

Nada (1º lugar - SMC/VR - 2001)

Nada...
É resposta automática, curta, clara, sem graça
É abrigo, é fuga, esconderijo das verdades
É disfarce, é farsa, é fundo falso de gaveta.
_Não foi nada...
E me esconde na palavra, corta a conversa
E se esconde na palavra, nega o que sente
E nos esconde na palavra, nos camufla de nós mesmos,
Para eu não saber, não descobrir, não falar
Nada.

Eu quero é o Tudo: da sua cabeça, do seu conflito
Eu quero o mito, a dor, o rancor e a tristeza
Eu quero o todo de você! Na correnteza
Dos seus pensamentos mergulhar, e me fazer
O contrário da palavra! Ser toda, exclusivamente sua,
E me embriagar no meu Tudo, que é você!

Nenhum comentário:

Postar um comentário