terça-feira, 7 de setembro de 2010

A vida pede passagem

E a vida passa...
Tal e qual passageira de primeira (e talvez de última) viagem
Como um bloco, uma escola de samba, ela pede passagem
Pode ser um bilhete de trem, um cartão de metrô,
Ou dinheiro amassado, suado, na mão do trocador
E a vida vai...
Ela vai e navega, se entrega
Tal e qual a mulher que se pinta, se borda, se arruma, se decota
À espera daquele qualquer que, por horas de mero capricho,
Lhe joga, à saída, uma nota
E a vida termina...
E ensina que tudo se foi, já passou, acabou, se apagou
Como vela de uma semana, que no quinto dia já não tem mais luz
Como amor, que não chega na hora marcada e pro sofrimento a gente conduz
Como tudo, que agora é nada
Como dor, que agora é prazer
Como é a certeza que sobra da vida: ela passa, se vai e termina
Depois de brilhar nos olhos de uma menina
Depois de sumir na curva de uma estrada
Depois de voar nas asas do sonho que foi embora
Deixando a saudade calada...

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