quinta-feira, 3 de junho de 2010

Revelação (Soneto Alexandrino II)

No começo era vinho, doce e quente:
Embalar meu amor no seu sorriso,
Beber, gota a gota, o mel ardente,
Perder completamente o juízo...

O tempo foi passando, e o que era doce
Se revelou amargo, mero fel.
A dor me perseguia aonde eu fosse,
Rasgando o coração, frágil papel...

Rôta, cambaleei pelo caminho,
Ainda tonta com a verdade dura
Plantada em minha vida como espinho!

Mas, revelar-me a sua face escura,
Me deu a chance de fazer meu ninho
Noutro lugar, de afeição mais pura...

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