sexta-feira, 14 de maio de 2010

Seu Legado (2º lugar - SESC/BM - 1997)

Sua língua afiada é que me corta
Seu olhar tão gelado é que me espreita
Sua boca maldita é que me nota
Sua mão caçadora é que me deita
No seu colo é que eu durmo a noite inteira
Na sua pele é que eu suo e me sacio
No seu pêlo é que eu vago, feito em rio
No seu braço é que eu faço minha esteira
Minha voz só responde ao seu chamado
Minha fé só acredita em sua crença
Minha cura só espera a sua doença
Meu poema só resume o seu legado
Nesta casa vive a dor que me consome
Neste verso canta o dom da poesia
Nesta vida vai-se embora a alegria
Nesta estrada foge o vulto do meu homem...

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