sábado, 29 de maio de 2010

A Pena e o Nanquim - Um soneto alexandrino (2º lugar - SMC/VR / Menção Honrosa em Amora - Portugal)

Mergulho em tua alma, doce tinta escura,
E, com um nanquim de rica essência, te traço.
Na imagem, veo a cor que à tela se mistura:
Da tinta, imortal retrato teu eu faço.

Imito a pena, fina e ágil companheira,
Que desenha a face do objeto de desejo,
Escreve em poesia a afeição primeira,
Registra a emoção daquele último beijo...

Unidos pela arte, a pena e o nanquim
Deixam marcada no papel tua lembrança,
Pedaço de um amor que julgo não ter fim.

Guardo junto a ti, na moldura, a esperança
De um dia o teu sorriso abrir-se para mim
E me embalar, então, nessa ilusão tão mansa!...

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