sábado, 27 de junho de 2015

Nem me fale... (3º lugar - Concurso de Poesias do Clube dos Funcionários - 2015)

Nem me fale...

Nem me fale...
Nem me lembre dos abraços, porque seus braços não estão ao meu redor
Nem me diga da saudade, porque, a cada dia, ela é maior
Nem me escreva dos momentos, porque aqueles sei de cor...

Nem me fale...
Nem me convide a viajar tocando as nuvens com você
Nem me leve pelo ar, mostrando o mundo que de lá se vê
Nem me deixe atordoar pela palavra ousada que me dê...

Nem me fale...
Nem me enlace outra vez com o corpo em que eu amanheci
Nem me beije a tez com o carinho que eu reconheci
Nem me faça o que já fez, com o toque pelo qual enlouqueci...

Nem me fale...
Porque falar não me protege da memória
Porque falar não reescreve nossa história
Porque falar não faz vencer a luta inglória
Que se trava no meu peito, porque o que eu quero...

Nem me fale.

Papel em branco (5º lugar - Concurso de Poesias do Clube dos Funcionários - 2015)

Papel em branco


De rubra tinta, pinta o amor perfeito
No ton sur ton, descobre-se em meu leito
Tinge, em meu peito, a bela cor carmim.

Revela seu sabor, em nuances sutis
E emoldura, a expor romances gris,
Já desbotados, neste quadro, enfim...

Mistura, em tela, beijos sem razão
E, na aquarela do seu coração,
Corre o pincel, a desenhar o fim.

Assim, a solidão é o branco mais cruel
Pois se não há arco-íris neste céu

Virgem papel, o que será de mim?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ode à terra natal (2º lugar - "Volta Redonda-sua história,nossa história" 2005)

Pulsa, no Sudeste do Brasil, um coração de aço!
Feito, passo a passo, da labuta de cada cidadão
Que luta e traz no peito o desenho de sua própria história
Construída com glória e trabalho, sangue e empenho, guerra e paz...
Nesta terra, brasileiros semearam ideais e esperanças
Foram crianças e hoje, adultos, colhem deste chão o pão de seus herdeiros
Alimentam o futuro com lembranças, para que a nova geração
Cresça imponente, forjada em puro aço, firme à toda prova!
Nada para o rio, de curva talhada, esculpida pela força do raio
Nada para o progresso, que turva a sensatez corrompida, maculada.
O excesso de poder e mesquinhez cerra olhares de forma desastrosa,
Escrevendo dolorosa página no seio de muitos lares...
Mas, em meio à dor, a cidade, ainda assim, se inflama:
Clama por liberdade, não permite que a chama se enfraqueça!
Que floresça, na consciência de cada um, a certeza da vitória
Fixando na memória este retrato, para que não se repita a violência...
Hoje, mais que ontem, menos que amanhã, o povo se mobiliza
Avisa "que o novo sempre vem", que a fibra aurinegra não é vã...
Reúne, no Vale do Paraíba, a coragem de quem nunca desiste de sonhar
Ao desafio de se reinventar a cada dia, reconstruindo sua imagem:
Onde outrora havia apenas verde, depois cinza, existe agora uma aquarela
Colorida de esporte, cultura, saúde, educação - cenas em tela de realidade...
Volta Redonda, 58 anos de idade, solo de Coroados, Puris e Araris,
Traçando, com seus filhos dedicados, sua sorte.  Seu destino?  Ser feliz!

Tributo a Volta Redonda


“Ante a força do raio, o rio dobrou-se”
Formou-se, então, na curva de seu leito, uma cidade-esperança
Qual criança que, na tenra idade, ainda desconhece seu destino.
Cresceu ao redor das águas do Paraíba, menino azul, vadio, doce;
Rio do Sul Fluminense, cheio pelo pranto que rolou neste Sertão Bravio
Quando aqui se ouviu o último canto do guerreiro
Coroado, Puri ou Arari – o verdadeiro dono deste chão!
Seu lamento ecoou pelo vale inteiro
E, sobre a terra, a nação indígena chorou as suas mágoas...
Chegou outro homem, mais “civilizado”, escravo da guerra e da cobiça,
Plantou semente, rezou missa, colheu café, cuidou de gado.
Povoado de Santo Antônio – padroeiro de nossa gente, de nossa fé –
Lugar hospitaleiro, de muito verde, de muito céu, de clima ameno.
Tudo tão calmo, tão sereno...  De Barra Mansa era distrito
Sendo restrito o seu direito à liberdade e à mudança.
Igualdade, só em sonho?  Mas a reviravolta era iminente!
Num dia de abril, o Presidente tomou a decisão
E outra vez o grito retumbante do trovão se ouvia:
O coração de cada habitante pulsava agora com o calor do aço
E, passo a passo, surgia a maior usina do Brasil!
Nela se uniram mãos de tantos outros lugares
Para erguer andares de suor, ferro e concreto...
No correto ofício de misturar a massa, dando o melhor de si
Ficava gravado aqui o esforço desses cidadãos!
Não havia mais dependência, a liberdade era vitória garantida...
A glória vinha, sofrida.  54, dezessete de julho, em nossa história
É data de orgulho: Volta Redonda é uma cidade!
Cidade verde-esperança, da cor do uniforme dos soldados
Encarregados de cuidar da nossa terra e da nossa segurança;
Cidade de Walmir, William, Barroso e tantas outras vidas
Tolhidas em seu direito à expressão e à liberdade de ir e vir;
Cidade de quem luta pelo seu espaço, por um lugar ao sol
E ainda joga futebol, vestindo a camisa do Voltaço...
Cidade de quem é branco, negro ou amarelo; de martelo, de bigorna,
Que se torna, a cada dia, mais forte, porque forte é o seu povo!
Cidade onde o novo junto à tradição caminha, sem medo de ser feliz...
Volta Redonda, cidade do futuro, futuro do país!

sábado, 9 de junho de 2012

Etapas do Amor

O começo do Amor
Só consiste em olhar e gostar, pagar à primeira vista o preço da ilusão que já existe...
Nessa hora, nada mais importa!  Basta abrir a porta e deixar que a alegria entre, iluminada!

O meio do Amor
Arde na pele e revela os segredos, os medos, os dois lados diferentes, os bocados de sonho, a coragem, o covarde...
Nessa hora, a verdade aparece.  O que é sincero, cresce.  O que é falsidade, fenece, porque o coração rejeita a máscara, e joga a mentira pro lado de fora.

O final do Amor
É o início da amargura, daquela dor que, de tão doce, vira vício...
Nessa hora, é como ducha pura de água fria, que nos enche de mágoa e de tristeza.
É a correnteza que nos leva de volta para o mundo; é, mais uma vez, guardar no fundo do peito a revolta e a saudade.
É o brilho da estrela que não se cansa de ser guia, como o Amor, que não desiste da Esperança!

Oração ao Infinito

Obrigada, Senhor, por este céu cheio de estrelas...
Por tudo o que existe em cada uma delas,
Por sua luz que nos conduz, como pingos de velas em um quarto escuro,
Iluminando o breu triste.
Obrigada, Senhor, por encher meus olhos de estrelas...
Por permitir que o Universo invada o meu pranto,
Por este encanto que se descortina ao véu do meu olhar,
E que me leva a passear por essa trilha prateada.
Obrigada, Senhor, por ter criado as estrelas...
Por pontilhar de brilho a noite dos aflitos,
Por ouvir seus gritos, abafados dentro dos corações que choram,
Como mãe longe do filho.
Obrigada, Senhor, por nos dar de presente as estrelas...
Por fazer com que elas nos guiem vida afora,
Por nos abençoar com a dádiva de, em tardia hora da noite,
Poder vê-las...

Desejos para 12 de junho


Desejo pra você o canto doce da cigarra,
A farra e a alegria de um louco romance,
O pouco, que é muito, de viver num dia
Um sonho.  E que nele você dance!

Desejo pra você um temporal de flores
Sem dores, sem lamento, sem sofrimento ou pranto.
Que lhe caia sobre os ombros o manto da esperança
E uma mansa ilusão lhe afague em tal momento!

Desejo pra você um amor terno e profundo
Que lhe dê o valor tão merecido
E voe, com você, por todo o mundo...

Desejo pra você a flecha do Cupido
Para que atinja alguém especial e, num segundo,
Forme, com minha bênção, mais um casal querido!...